Tive alguns problemas de saúde e precisei reintroduzir alimentos de origem animal na minha dieta segundo orientação profissional. Esse foi o principal motivo por não seguir mais a filosofia vegana. E também comecei a perceber outras questões.
Assim que cheguei no Brasil, vi uma imagem chocante de um caminhão de ossos de carne e seres humanos indo atrás dos restos de carne para não morrer de fome. O Veganismo é para todos? Talvez no momento não, mas acredito num esforço coletivo de fazer o seu melhor, reduzindo o consumo de animais e derivados tanto no prato como no armário. Aliás, foi o que sempre preguei. A filosofia Vegana “na medida do possível e do praticável” é válida para mim nesse momento e sempre será essa, a direção das minhas escolhas na medida do possível e do praticável.
Lamento se decepciono alguém, fiquei muito tempo pensando se publicaria sobre isso, já que ser Vegana ou não é uma decisão estritamente particular e pessoal, já que o corpo é meu, não é mesmo? Senti de fazê-lo porque me sinto responsável pelo que compartilho ou já compartilhei e principalmente a mim mesma. Acredito que estou ouvindo o que sempre disse “fazer o possível” e nesse momento, esse é o meu possível.
Quando eu amo uma filosofia de vida eu abraço intensamente e foi isso que fiz com o veganismo. Eu só tenho a agradecer aos quase quatro anos sem nenhum consumo de produtos e alimentos de origem animal. Gostaria de seguir estritamente outra vez, mas agora não me é possível.
O que me levou ao Veganismo, para quem não sabe, foi o feminismo. Uma amiga vegana me disse que não teria como ser feminista sem ser Vegana, pois o gênero feminino é o mais explorado em todas as espécies. Sempre serei feminista, isso é um valor que eu nunca vou abrir mão.
Agora, priorizo minha saúde física, emocional, mental e não me cobro ser perfeita (em nenhum sentido), aliás essa não deveria ser a meta de ninguém.
Ana Catharina